H. Garnier Livreiro-Editor, Rio de Janeiro, s.d. (18?). In-474 págs. Encadernação editorial em sivertex vermelha com ferros gravados a pigmento negro nas pastas e lombada, esta com dizeres dourados. Acidez ligeira e algum foxing marginal. Esta edição não apresenta as ilustrações e o mapa desdobrável do Brasil que se faz acompanhar da edição de Francisco Arthur da Silva (Lisboa, 1880).
A Biblioteca Nacional de Portugal refere a obra, no entanto, sem cota atribuida. Não referido nas bibliografias consultadas. Os bibliógrafos Inocêncio e Ávila Perez registam exemplares da edição original de 1730 e de 1880, omitindo a edição que ora se apresenta.
As três obras consultadas da especialidade e autoria de Borba de Moraes, nenhuma refere a presente edição. No entanto, há uma indicação em Bibliografia Brasileira do Período Colonial (1983, p. 291) em que podemos aferir quanto à possível raridade desta edição comparativamente a outra impressa na mesma altura, quando Borba de Moraes nos diz, com alguma ironia subjacente "... Note-se que esta edição traz a menção de segunda quando na realidade é a terceira. Em Lisboa ignorava-se com certeza que dois anos antes o barão Homem de Melo publicara na Bahia outra edição ...". Também em Bibliografia Brasiliana (São Paulo, 2010, p. 207) ele repete a mesma informação, mas de forma mais resumida.
Inocêncio,VII-222; Avila Perez, 6623; Borba de Moraes (1969), 290; Borba de Moraes (1983) II, 678; Borba de Moraes (2010) II, 206/7; Sabin 72300; C. R. Boxer, The Golden Age of Brazil, 1695-1750.
RARO & BELO EXEMPLAR.
Obra composta por onze capítulos é considerada clássica da História do Brasil e da qual diz-nos Inocêncio “... a Historia da America, quer para a epocha que foi escripta, e que era de certo muito pobre de obras historicas, quer mesmo para os nossos tempos, que possuem uma das mais abundantes colheita de materiaes ácerca do Brasil, deve ser considerada um bom monumento, e um thesouro precioso, que honram a lingua e a litteratura portugueza...”.
Esta obra descreve a descoberta do Brasil, a fundação da Bahia, a colonização do Norte e Nordeste, a cidade de São Paulo, os vários governos coloniais, as guerras contra os invasores, a análise do projeto colonial, a posição dos reis portugueses em relação ao Brasil, a política de povoamento e os últimos acontecimentos importantes registrados na Bahia de seu tempo. Traz ainda um precioso relato sobre os primeiros 224 anos de presença dos portugueses no Brasil, descrevendo o fim do Quilombo dos Palmares, em combates que chegaram ao ano de 1695. Rocha Pitta conta como, cercados depois de conseguirem resistir por décadas, os integrantes do quilombo são derrotados por uma poderosa força militar. Zumbi, o líder do grupo, atira-se de um precipício para não ser preso.
O autor nasceu em 1660 e morreu em 1738 na Bahia (hoje Salvador), foi um destacado historiador e poeta do séc. XVII, nomeado fidalgo da Casa Real por D. João V. Foi ainda vereador e exerceu o posto de coronel de infantaria. Como poeta, colaborou na formação da famosa Academia Brasílica dos Esquecidos.