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[Editora Gráfica Portuguesa, Lda], Lisboa. 1958. In-8.º de 60-(4) págs. Brochado. Nítida impressão sobre papel de qualidade superior, encorpado.
Ostenta uma dedicatória autógrafa.
Exemplar em excelente estado de conservação, não obstante os insignificantes picos de humidade da capa anterior.
PRIMEIRA EDIÇÃO de um dos primeiros e mais raros livros de poesia de Natália Correia, ligado à “tendência surrealista da poesia portuguesa”.
Um dos primeiros e mais raros livros de poesia de Natália Correia.
POEMA DESTINADO A HAVER DOMINGO
Bastam-me as cinco pontas de uma estrela
E a cor dum navio em movimento
E como ave, ficar parada a vê-la
E como flor, qualquer odor no vento.
Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio de cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara para passear a pé
Esta distância achada pelo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
Deixem ao dia a cama de um domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa de um flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre
Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto duma ilha
Onde o amor por fim tenha recreio.