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Sem indicação de tipografia, Lisboa, 1974. In-8º de 96 págs. Brochado.
Ostenta uma dedicatória autógrafada. De elevado interesse linguístico e etnográfico, também pela forma como está organizado todo o volume.
Separata do tomo IV da Revista Lingua e Cultura da Sociedade de Língua Portuguesa.
Vou espalhar as trovoadas / que no céu andam armadas / deitá-las prà serra do Marão / onde não haja nem palha nem grão / nem meninos a chorar / nem galos a cantar.
Vou espalhar as trovoadas / que no céu andam armadas / deitá-las p'rà serra do Marão / onde não haja nem palha nem grão / nem meninos a chorar / nem galos a cantar.
Na introdução, diz-nos o autor:
" ... Estão a desaparecer, aceleradamente, muitas tradições em todos os campos,
até na pureza da língua... É inevitável: surgem modas, que matam os costumes antigos, já por serem mais úteis, já porque a estultícia das gentes lhes dá preferência, desdenhando as coisas passadas. Assim se vai perdendo a cultura popular, típica, característica, peculiar, enquanto as massas, a grei, vai recebendo o influxo directo da cultura escolar, humanística ou pseudo-humanística, científica ou pseudocientífica, técnica ou pseudo-técnica, ou indirecto, das correntes de ideias ou sistemas emergentes das formas de vida ou das formas afins, actuais e dominantes. (...) É inevitável a sistemática desaparição das tradições e das manifestações de cultura popular. Só há uma atitude, perante este fenómeno: arquivar todas estas manifestações de cultura, hoje desdenhadas, mas, outrora, apreciadas, pela sua sabedoria, pela sua utilidade, pelo que representavam de segurança social e individual ...".