Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Lisboa, 1984. In-8º de 306-(1) págs. Brochado. Capas empoeiradas, miolo em muito bom estado de conservação. Capa de brochura ilustrada com uma estátua Lébu-Hmôru (divindade da fertilidade).
Estudo ilustrado a negro e a cores com fotogravuras impressas em folhas à parte sobre papel couché; com transcrição e estudo das canções dos Ataúros.
Obra imprescindível para o conhecimento de um dos aspectos do complexo conjunto de etnias, culturas e línguas existentes em Timor.
Jorge Barros Duarte (Timor, 1912 – 1995), desenvolveu uma grande actividade missionária em Timor, nas Missões de Sobaida, Barique e Manatuto, tendo depois exercido o ministério de Chanceler da Cúria Diocesana e Administrador da Diocese na ausência do Bispo Jaime Garcia Goulart. Entre 1965 e 1969 foi deputado por Timor à Assembleia Nacional. É autor de muitos estudos sobre o Timor, obras de análise dos terríveis acontecimentos de 1975 e da invasão Indonésia.
O autor descreve os costumes relativos ao nascimento, os ritos de iniciação à idade adulta, o casamento, a organização da família, os ritos fúnebres e transcreve muitas lendas e mitos que caracterizam a mundividência dos habitantes da ilha, apresentando no fim uma tentativa de sistematização da religião dos ataúros. A religião primitiva dos Ataúros teve neste trabalho um foco de investigação com bastante acuidade, no que diz respeito à línguística, fixando-se aqui textos orais em vernáculo, de ritos e de mitos, através dos quais se pode aquilatar o pensamento religioso Ataúro pronunciadamente animista. Foi realizada para o efeito uma recolha de textos e tradições em Timor, durante a década de sessenta do século XX na ilha de Ataúro, situada 17 milhas náuticas a norte de Dili.